domingo, 31 de agosto de 2014

Conheça a REDE ECOVIDA



Somos agricultores familiares, técnicos e consumidores reunidos em associações, cooperativas e grupos informais que, juntamente com pequenas agroindústrias, comerciantes ecológicos e pessoas comprometidas com o desenvolvimento da agroecologia, nos organizamos em torno da Rede Ecovida com o objetivo de:
• Desenvolver e multiplicar as iniciativas em agroecologia
• Estimular o trabalho associativo na produção e no consumo de produtos ecológicos
• Articular e disponibilizar informações entre as organizações e pessoas
• Aproximar, de forma solidária, agricultores e consumidores
• Estimular o intercâmbio, o resgate e a valorização do saber popular
• Ter uma marca e um selo que expressam o processo, o compromisso e a qualidade.

COMO A REDE FUNCIONA?
O funcionamento da Rede é descentralizado e está baseado na criação de núcleos regionais. O núcleo reúne membros de uma região com características semelhantes que facilita a troca de informações e a certificação participativa.

ALGUNS NÚMEROS DA REDE
Atualmente, a Rede Ecovida conta com 23 núcleos regionais, abrangendo em torno de 170 municípios. Seu trabalho congrega, aproximadamente, 200 grupos de agricultores, 20 ONGs e 10 cooperativas de consumidores. Em toda a área de atuação da Ecovida, são mais de 100 feiras livres ecológicas e outras formas de comercialização.


VISITE O SITE: www.ecovida.org.br

sábado, 30 de agosto de 2014

O Veneno Está na Mesa II assista:




O veneno está na mesa dos brasileiros, no país que mais consome agrotóxicos no mundo. Mas há alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores. É essa mensagem que o novo documentário do diretor Silvio Tendler, O Veneno está na Mesa II, quer passar.



Inflação dos Alimentos, Segurança Alimetar e Agronegócio





Por Gerson Teixeira, da ABRA
De acordo com o IBGE a inflação dos alimentos desacelerou nos meses de junho e julho, ficando abaixo do IPCA Geral. Após o forte incremento do IPCA dos alimentos em março, mantido em alta nos meses de abril e maio, sem dúvidas foi uma grande notícia notadamente para as populações economicamente pobres. No entanto, a expectativa é de continuidade da considerável volatilidade dos preços desses produtos, um dos principais fatores de pressão sobre o processo de resistência inflacionária no Brasil. No período de trinta meses até junho (intervalo com os dados analisados para este artigo) somente em onze, o IPCA dos alimentos se manteve abaixo ou em linha com a evolução do IPCA Geral. Em junho a inflação dos "alimentos no domicílio‟ foi responsável por 16.39% do índice geral da inflação. Apenas o grupo "transportes‟ suplantou essa marca ao responder por 18.6%.

A tendência de alta engloba alguns produtos da dieta básica sem nexos com os „mercados internacionalizados‟. Tome-se o exemplo marcante da farinha de mandioca cuja média do peso mensal na inflação, de janeiro a junho de 2014 (0,217%) foi 99% maior que a média em igual período de 2012 (0,109%). O fato sugere a inutilidade, neste caso, da estratégia de combate à inflação centrada na elevação da Selic.
Adotando uma amostragem com as farinhas de trigo e de mandioca, o arroz, o feijão preto, e o grupo das hortaliças e verduras, tem-se que no mencionado período dos trinta meses os pesos dos preços desses alimentos básicos no IPCA Geral cresceram a taxas anuais, respectivamente, de 0.73%; 1,73%; 0.52%; 1.67%; e 1,12%.
Esse quadro revela insuficiências e riscos na oferta de alguns alimentos da cesta básica no Brasil, o que alimenta a inflação e enfraquece a segurança alimentar no país. Desde logo, diga-se que o discurso da sazonalidade tem a validade do subterfúgio. Vejamos alguns exemplos a começar pelo caso do trigo, cujas importações equivaleram, na média dos anos recentes, a mais de 60% do consumo nacional. Após tangenciar a autossuficiência na segunda metade da década de 1980, desde então, deu-se a adesão brasileira ao fetiche neoliberal da análise marginalista para responsabilizar a oferta externa pelo abastecimento interno de um alimento absolutamente estratégico. Atualmente, a despeito da „safra record‟ estimada, o Brasil é o segundo maior importador mundial de trigo. Em 2013, importamos US$ 2.5 bilhões (7.7 milhões t) perdendo apenas para o Egito. Contudo, na relação importação/consumo suplantamos o Egito que importa „apenas‟ 50% do consumo. No ano de 2012, os recursos aplicados pelo crédito rural no custeio da cultura, incluindo o Pronaf, alcançaram R$ 1.5 bi, ou seja, 3.7 vezes menos que os gastos com as importações de trigo. A dependência do trigo argentino (37% das importações) coloca o Brasil refém daquele país em outros temas do Mercosul. Em tempos de tantas incertezas e volatilidades seriam esperadas diretrizes contra tal nível de dependência, até porque, um eventual comprometimento na oferta internacional de trigo geraria no Brasil ambiente de crise política com consequências imponderáveis. A propósito, por que não foi viabilizado o „pão brasileiro‟ já desenvolvido e testado pela Embrapa?
A situação do nosso tradicional „feijão com arroz‟ da mesma forma preocupa. Desde a safra 2002/2003 até a safra 2012/13, a produção interna de feijão evoluiu à taxa média anual de -1.2%. Com isso, em 2013 o Brasil foi obrigado a „garimpar‟ num escasso mercado internacional compras de 300 mil toneladas de feijão, em boa parte, xing ling.
Quanto ao arroz, com a produção cada vez mais concentrada no Rio Grande do Sul (66%) as importações em 2013 totalizaram US$ 360 milhões (1 milhão t), valor 72% maior que a média das importações da década de 2000. De acordo com as projeções do Departamento de Agricultura dos EUA na safra 2022/2023 a produção brasileira de arroz será de 8.6 milhões de toneladas, ou seja, bem abaixo dos níveis atuais.
Já a produção de mandioca oscila em estreita banda desde 1990, sendo que na série de 2003 a 2012 a taxa média de crescimento anual da produção foi de 0%. Daí a trajetória dos preços da farinha.
Um indicador das dificuldades da oferta alimentar tem sido o movimento observado, em escala ainda não aferida, de abandono da produção desses produtos por parte dos seus principais protagonistas, os agricultores familiares. Segundo o Banco Central, de 2003 para 2012, a queda no número de contratos de custeio pelo Pronaf, para as culturas do arroz, feijão e mandioca, foram, respectivamente, de 74%, 80% e 64%.
Compondo o cenário acima, inclua-se o agravante do quadro da oferta por não dispormos de política de estoques reguladores de alimentos; muito menos, de estratégicos. Admitindo a falha e reconhecendo a sua dimensão estratégica, em fevereiro de 2013 o tema foi guindado para o núcleo do governo que criou o Conselho Interministerial de estoques públicos de alimentos. Não se tem notícias sobre os trabalhos do Conselho. A propósito, com estoques a sazonalidade perderia substância para a explicação da inflação dos alimentos. E, para o caso das hortaliças, há muito poderia vigorar incentivos aos cultivos abrigados.
Enfim, a questão que aflora desse quadro: por que inflação de alimentos e debilidade da segurança alimentar se, como dizem, o agronegócio vem „bombando‟ na produção de alimentos? A resposta fundamental está nos efeitos da opção política pela projeção da economia brasileira na globalização via a revalidação e aprofundamento da tradição primário- exportadora do país, nas circunstâncias contemporâneas de hegemonia do capital financeiro.
Fruto da radicalidade dessa estratégia que almeja o Brasil como o "fazendão do mundo‟ para um restrito grupo de commodities se estabeleceu contexto de amplas permissividades territoriais e subvenções públicas para os capitais do agronegócio. Isto, para a geração de “supersafras” de grãos constituídas em 86% por soja e milho, dos quais, respectivamente
70% e 35% destinados ao mercado externo. “Exportar matéria prima para ração é o que importa o pão”! E os brasileiros que se preparem para mais carestia, pois, para amenizar as consequências internas do revide russo às sanções recebidas com o contencioso em torno do caso do avião da Malaysia Airlines o governo daquele país habilitou para vendas à Rússia, dezenas de estabelecimentos brasileiros de carnes e até lácteos, até então impedidos dessa operação por razões sanitárias!
(*) Gerson Teixeira é presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária - ABRA

Dez empresas agroquímicas são as donas de 73% das sementes de todo o mundo






Podem as grandes multinacionais agroquímicas se converterem nos donos dos alimentos que a Terra produz? Podem essas mesmas empresas transformar a natureza e suas sementes em sua exclusiva propriedade privada?

A resposta provoca espanto: Sim! Por esse motivo, a fonte dos alimentos do planeta em que vivemos está hoje em risco. Dez empresas agroquímicas são donas de 73% das sementes que existem no mercado internacional.
Devido à sua difusão em grande escala, em alguns países já desapareceram 93% das variedades tradicionais de várias sementes.
Somente no México, 1.500 variedades de milho estão em perigo de extinção, em decorrência das práticas comerciais e legais introduzidas pela Monsanto e outras nove empresas agroquímicas no mercado agrário desse país.
É duro acreditar nisso, mas estas empresas estão privatizando as origens da natureza.
A FAO afirma que essas práticas estão prejudicando a agricultura sustentável, destruindo a diversidade biológica e substituindo as variedades nativas por plantas geneticamente modificadas e vulneráveis às doenças.
Um relatório publicado pela revista National Geographic descreve este desastre:
  • Em 1903, as principais variedades de milho existentes no mercado alimentar do mundo eram 307; hoje restam apenas 12 variedades.
  • As de repolho eram 544; hoje restam apenas 28.
  • As de alface eram 497; hoje restam apenas 36.
  • As de tomate eram 408; hoje restam apenas 79
  • As de beterraba eram 288; hoje restam apenas 17.
  • As de rabanete eram 463; hoje restam apenas 27.
  • As de pepino eram 285; hoje restam apenas 16.
Este processo de degradação da natureza é simples e ao mesmo tempo perverso. Quando uma destas multinacionais chega a um país, quase sempre amparada por uma cláusula de um tratado de livre comércio, a lógica simples da natureza é substituída por um encadeamento diabólico de procedimentos legais e comerciais, iniciado nos bancos.
A partir do momento em que a empresa agroquímica abre as suas operações comerciais em um país, os bancos se negam a financiar os camponeses que continuarem semeando as variedades tradicionais. Só dão empréstimos aos que aceitarem cultivar variedades transgênicas patenteadas.
Os bancos também não oferecem assistência técnica para quem não utilizar as suas sementes. Quando chega a época de colheita, as redes de supermercados não compram outras que não sejam as variedades de produtos transgênicos certificados com suas patentes. Depois da colheita, os agricultores não podem conservar as suas sementes.
Os contratos os obrigam a destruí-las. Para voltar a semeá-las, deverão comprar novas sementes patenteadas. Do contrário, são denunciados e submetidos a longos e onerosos processos judiciais.
Os resultados deste encadeamento asfixiante são dramáticos. Somente na Índia, milhares de camponeses se suicidaram desde 1990, e o seu número disparou até chegar a 15 mil camponeses por ano, desde 2001, pressionados por dívidas impagáveis e por embargos judiciais.
Para tragédias como estas, é importante incluir as catástrofes ecológicas provocadas pelo uso em grande escada de agrotóxicos altamente nocivos visando a controlar as pragas nos cultivos transgênicos. Um dos agrotóxicos produzidos pela Monsanto está acabando com milhões de abelhas em vários países da Europa.
Em lugar de suspenderem a venda de seus venenos, a empresa está desenvolvendo em seus laboratórios abelhas robóticas para polinizarem as plantas. Se este projeto for levado adiante, os agricultores europeus não só terão que pagar à Monsanto pelas sementes patenteadas e pelos agrotóxicos, também terão que pagar pelas abelhas…
Se o mundo continuar governado por esta lógica abusiva, as grandes multinacionais agroquímicas vão acabar patenteando como propriedade privada até o livro da Gênese, onde a Monsanto será a criadora de toda a “vida” na Terra.

terça-feira, 21 de agosto de 2012



Agroecologia!!Eu quero uma pra viver!!!!